Veja aqui se o Jalapão é pra você

19 de julho 2021

Responda as perguntas abaixo.

Você curte road trip?

A viagem começa em Palmas e a primeira parada, dependendo do roteiro, acontece na Lagoa do Japonês, na cidade de Pindorama, localizada a 210 km da Capital. O percurso leva em torno de 3 horas em estrada de barro, areia e pedra. Ou seja, a velocidade média é de 20 a 40 km/h. O pedaço asfaltado é bem pequeno. Então, quem não curte muito tempo de estrada e viagem de carro, pode se decepcionar. Todos os dias são percorridos quilômetros de distância. O nosso roteiro foi de 6 dias e fizemos quase 1.300 km.

A estrada, por si só, é um grande atrativo do Jalapão. São bonitas e contemplativas, há animais, plantações etc. Além disso, não pegam wi-fi, o que faz com que você se conecte apenas com a natureza e o local. Aí, passo para a segunda pergunta.

Você consegue ficar sem internet?

O lugar é lindo, uma imensidão a ser desbravada. Ficou conhecido com a novela “O outro Lado do Paraíso” de 2017. Assim, diversos adjetivos foram colocados no Jalapão, como “bruto”, pois as estradas são longas e de difícil acesso, levando muitos carros a quebrarem ou atolarem. Outra denominação é a de que o Jalapão é um “deserto”, em razão de ser pouco habitado e, ao contrário do que muitos pensam, não é uma região desértica no sentido de seca.

O turismo é recente por lá. Até pouco tempo, não havia luz, apenas geradores. Então, a internet só surge em alguns pontos e, dependendo da operadora, não aparece.

No entanto, a viagem é intensa e não há muito tempo para a conexão virtual. Me responda:

Você gosta de acordar cedo? Não se importa com hotéis simples? Comidinhas regionais são bem-vindas?

Para dar conta das belas atrações nesses 6 dias de passeio, é preciso sair cedo para aproveitar. Além disso, a expedição é feita em comboio de 3 ou 4 carros, como forma de segurança, caso algum veículo quebre. Sendo assim, é preciso ser pontual para não atrasar o grupo ou perder tempo nas atrações, muitas possuem tempo de permanência devido à grande procura.

A estrutura de algumas pousadas é bem simples. Tudo limpo e organizado. As comidas sem sofisticação, mas muito saborosas. Incluem os peixes e frutos da região, como o tambaqui, pirarucu, buriti, piqui etc.

Assim, é importante não ter frescura.

Está indo bem até aqui?

Se tiver imprevisto e perrengue, tudo bem?

Por tudo o que foi dito, os perrengues e os imprevistos podem ser bem possíveis de acontecer (carro quebrar, chuva, demora na espera dos fervedouros, picadas de muriçoca etc). Nós, por exemplo, pegamos uma semana de muita chuva que não estava prevista, apesar de ser época das chuvas, o que prejudicou a nossa ida aos fervedouros. Além de termos visitado as dunas, com temporal. Fazer o que?

E turismo de aventura, você gosta?

Descida em cânion, caminhadas pela mata, banho de rio e cachoeira, dentre outros. A tirolesa e o rafting são passeios opcionais e pagos à parte. Eu passei a tirolesa, mas fui no rafting, chamado de “light”, porém confesso que não achei nada light. As crianças gostaram!

Falando em crianças… Se você quiser levar, eles têm mais de 10 anos? Gostam de viagem de carro? Estão acostumados?

A empresa que contratamos indica a expedição para crianças acima de 7 anos, no entanto, por experiência com os meus filhos de 11 e 13 anos, que estão acostumados com trilhas e viagens longas de carro, recomendo a partir dos 10 anos. Se não for prazeroso para eles, a viagem acaba. Os meus amaram e nem queriam ir, risos.

Se você respondeu SIM para todas ou quase todas e já está com vontade de fazer as malas, posso afirmar que vai amar e aproveitar cada minuto. Se respondeu não para alguma, seria bom avaliar o quanto seria negativo a ponto de atrapalhar a sua viagem.

Principais dúvidas sobre a viagem ao Jalapão

Condensei as principais dúvidas que tive e as perguntas que mais recebi. Se a sua não estiver aqui, mande nos comentários para trocarmos uma ideia.

O local ficou conhecido depois da novela “O Outro Lado do Paraíso” de 2017. Assim, o turismo na região é recente. A viagem é chamada de expedição, porque é uma verdadeira aventura. As atrações estão entre as cidades de Ponte Alta, Mateiros e São Félix.

Precisa contratar uma empresa ou posso ir sozinho?

As estradas são de difícil acesso, devido a vários fatores. São de terra, areia, pedra e sem placas informativas, além de não ter wi-fi na maior parte dos trechos. Percorremos quase 1.300 km e praticamente não víamos ninguém nas estradas. Não há iluminação à noite. Carros 4×4 são necessários e mesmo assim atolam e quebram. Logo, aconselho contratar uma empresa. As expedições são feitas em comboio de três ou quatro carros, como segurança, caso aconteça algum imprevisto. Além disso, os guias possuem rádios de comunicação e conhecem a região na palma da mão.

Que empresa indicam?

São mais de 100 empresas. Há quem pegue um guia privativo, o que era a nossa intenção inicial, mas chegamos à conclusão de que uma expedição seria melhor para as crianças e para evitar perrengue. Escolhemos a Cerrado Dourado Expedições e o esquema foi muito organizado. Do momento da saída à chegada em Palmas, você é conduzido para os passeios, hotéis e refeições. Vale dizer que os atrativos devem ser previamente agendados. Os guias fazem tudo e você não se preocupa com nada. O valor inclui alimentação, ingressos, serviço de bordo no carro (snacks, água, fruta), hospedagem, excetuando apenas bebidas, tirolesa e rafting.

Como chegar lá?

Fomos de avião até Palmas. A empresa indica os hotéis na cidade e você faz diretamente a contratação da noite anterior ao início da aventura. A partir daí, você fica por conta da empresa e seguimos para Ponte Alta na região das Serras Gerais. De lá, partimos para Mateiros, coração do Jalapão.

São quantas bases?

O roteiro maior (6 dias) inclui Palmas, Ponte Alta, Mateiros, São Félix e Taquaruçu. Os hotéis eram simples, alguns mais arrumadinhos, porém todos confortáveis e limpos.

Melhor época?

Fomos em fevereiro, considerada época de chuva, a temperatura variou de 22 a 27 graus. No entanto, pegamos um período que choveu mais do que o esperado. O período da chuva começa em final de setembro e vai até final de abril.

Vantagens: tudo fica mais vazio e as temperaturas são amenas.
Desvantagens: muita chuva prejudica a visibilidade dos fervedouros e os passeios.

A época da seca vai de final de abril até final de outubro.

Vantagens: paisagens lindas com sol e fervedouros cristalinos.
Desvantagens: temperatura em torno de 38 graus, espera longa nos fervedouros e estrada com pó.

O que levar?

A empresa manda uma lista com antecedência, mas vou colocar aqui os principais itens. Leve dinheiro em espécie, pois não há bancos nas estradas e os locais só trabalham com dinheiro, não há máquinas de cartão de débito e crédito, inclusive pela ausência de internet.

Leve uma mala pequena, de no máximo 10 kg, porque ela vai em cima do carro. A mochila segue no seu colo, então se for pesada ficará desconfortável. Inclua duas toalhas, daquelas que secam rápido, pois não há tempo de colocar para secar ou lavar. Acordamos em um hotel e dormimos em outro.

Sapatos aquáticos (papete), são essenciais e secam rápido, um tênis e um chinelo. Não esqueça a garrafinha de água, que é abastecida pelos guias ou nos locais de parada. Leve máscara de mergulho e snorkel para apreciar a água cristalina das cachoeiras e da Lagoa do Japonês.

Uma capa de chuva que tenha a função de casaco e seja impermeável.

Protetor solar e repelente são proibidos nos fervedouros, porque podem prejudicar a qualidade da água e a preservação. No entanto, nos outros atrativos são fundamentais. A muriçoca ataca, principalmente nas cachoeiras.

Para saber o lista de itens que não podem faltar, veja o post A mala para o Jalapão

Quanto custa?

Vôo para Palmas, hotel em Palmas, gastos pessoais e valor da expedição.

Os valores das Expedições pela Cerrado Dourado são de abril/2021. Oferecem três tipos de roteiros: (1) Rota das Águas: 5 dias e custa R$2.669,00; (2) Completão: de 6 dias e custa R$3.099,00 (não tem o Cânion Encantado); (3) Nômade: 6 dias e custa R$ 3.199,00 (não inclui o fervedouro Buritis e Macaúbas. nem o Rio do Sono).

Para maiores informações, consulte o site: www.cerradodourado.com.br
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