Destinos Nacionais, Jalapão

Belezas das Serras Gerais e do Jalapão

19 de julho 2021

As Serras Gerais são compostas pelos municípios de Almas, Arraias, Natividade, Aurora do Tocantins, Dianópolis, Paranã, Taguatinga e Pindorama. Dentre as suas belezas, estão a Lagoa do Japonês e o Cânion Encantado.
Lagoa do Japonês 

Foi o nosso primeiro ponto de parada a partir de Palmas, mas alguns roteiros colocam como última atração. Em torno de 4 horas de viagem, passando pela cidade de Ponte Alta, para fazer os 250 km até Pindorama, na região das Serras Gerais.

A Lagoa é linda! O nome original era “Lagoa Encantada”, mas com o tempo passou a ser chamada de Lagoa do Japonês, porque morava um senhorzinho japonês próximo.

Pegamos um dia de sol e a água estava transparente. Em alguns pontos, verde clara e, perto da gruta, azul turquesa! Muitos peixinhos que fazem “fish massage” (aquele belisco para limpar as peles mortas dos pés). A temperatura da água é boa, nem quente, nem gelada. O mergulho é uma delícia.

Tem dois decks para chegar até a água e para fazer muitas fotos com o visual da lagoa. Para chegar na imperdível gruta, você pode caminhar para o lado direito até um dos decks e nadar por 5 minutos ou pegar o bote, que é considerado o “barco da discórdia”, pois na alta temporada há filas de espera, risos. Se preferir não ir de barco ou não souber nadar, há coletes e macarrão de piscina.

Leve uma sapatilha (papete) para as pedras cortantes e galhos, item indispensável da viagem! Eles alugam na entrada, caso você esqueça. Valem a pena a máscara de mergulho e o snorkel para explorar melhor. Dizem que há tartarugas, mas não vimos.

Na gruta, a parte mais funda, chegando a 3 metros, olhando para cima, podemos observar as raízes longas das árvores do cerrado. Elas costumam ser profundas para captarem água.

O almoço foi no restaurante do local. Comida simples e boa. Há uma estrutura precária de banheiro com chuveiro, para um banho ligeiro. No caminho, vimos dois restaurantes e um deles é conhecido e fica cheio: Dona Minervina. Se for por conta própria, é preciso reservar o restaurante e a entrada na Lagoa, porque existe um limite de pessoas por dia. Para reservar: (63) 8137-0609 (whatsApp) / (63) 3372-1026 (fixo). O valor é de R$ 25,00 por pessoa. Se for com a agência está incluído no valor da expedição.

Para os que desejam um pouco mais de aventura, há opção de tirolesa passando sobre a lagoa, por 40 reais.

É proibido o uso de protetor solar, repelente e creme de cabelo, para manter a preservação da lagoa.

Uma curiosidade que descobrimos é a de que a população de Palmas não costuma visitar o Jalapão e a justificativa é que o local é de difícil acesso e longe. Não entendi como podem deixar de conhecer essa lagoa, um orgulho brasileiro.

Cânion Encantado

Coloque a sua caneleira à prova de picada de cobra, o seu capacete que a adrenalina vai começar. Brincadeiras à parte, vou contar como foi a nossa experiência no cânion.

Está localizado na cidade de Almas, nas Serras Gerais, a 275 km de Palmas.

Para visitá-lo, recebemos instruções de segurança e assinamos um termo de responsabilidade. Só de ler o termo, a gente tem vontade de desistir, porque abrange queda, picada de cobra etc.

O uso de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) é obrigatório. O capacete serve para prevenir a cabeça das quedas de pedrinha, enquanto que a caneleira protege de picada de cobra, já que trilha é feita pela mata.

São 5,2 km totais de caminhada em terreno plano e 500 metros em aclive moderado. Há escadas de ferro e degraus de madeira para acessar o Cânion. Levamos cerca de 40 minutos na descida, pois ele tem aproximadamente 70 metros de profundidade. São 4 quedas d’água, que formam um pequeno lago com uma prainha de água limpa.

Mais a frente, passando por pedras, vimos uma parte menos aberta do cânion.

Ele foi formado em razão da erosão provocada pelo córrego, entre 144 e 408 milhões.

Na subida, fomos até o mirante que possui uma vista espetacular para o cânion, oferecendo a noção de grandiosidade do local e de beleza indescritível. Assim, tivemos a visão de baixo e de cima do cânion. Uma experiência única.

Essa é mais uma atividade que não recomendo para crianças menores de 10 anos de idade. É preciso estar bem atento na descida para não escorregar, além de ser um pouco puxada.

Atrações do Jalapão

Muita gente pergunta se realmente é aquilo tudo que se vê nas fotos e posso afirmar que é aquilo e muito mais. Você vai encontrar trilhas, dunas, cachoeiras, formações rochosas e falésias lindíssimas. Vai vibrar muito!!! Prepare-se!

Pedra Furada

Está localizada em uma propriedade particular a 35 km da cidade de Ponte Alta. O bloco de rocha tem portais criados há milhões de anos pelos ventos e pela erosão, possuem uma fina camada de arenito, extremamente frágil, facilmente dissolvida pelo vento ou pelo toque. Logo, a recomendação é não tocar em nada.

Do topo da pedra, o pôr do sol, visto através do maior arco, é belíssimo. Preparar para fila na foto! Os guias já sabem o melhor ângulo. O próprio e gentil proprietário da terra nos recebeu e deu as explicações e orientações à visitação, incluindo o tempo de permanência máximo (20 minutos).

Curiosamente, o local possui muitas abelhas e pede-se para não falar alto, para não assustá-las. As dezenas de araras azuis e maritacas fazem um show à parte.

Dunas

Dunas: dançando na chuva

Quando se fala em duna, o que você lembra? Aquelas montanhas de areia escaldantes, céu azul e uma lagoa embaixo, né? 

Pois bem! Vou contar a nossa experiência nas dunas! Antes disso, quero deixar claro que sabíamos que estávamos indo em época de chuva, o que poderia prejudicar os nossos passeios, mas foi quando deu para ir, conciliando com o feriado de carnaval, trabalho e colégio.

Então, aqui vai o perrengue chique que tanto me pedem, risos!

Chovia torrencialmente na estrada e isso desanimou a galera da expedição. Estávamos em três carros e a expectativa era de ver o pôr do sol nas dunas! Chegando lá, não parava de chover e decidimos conhecê-las naquele temporal!

Vai parecer balela o que vou dizer, mas foi um presente! A coisa mais linda! Mesmo com a chuva sem trégua, conhecemos a maravilha do cerrado brasileiro! Com sol seria mais bonita? Sim, contudo foi impactante! Rimos, nos divertimos e aproveitamos até a lagoa com água quentinha.

É a única atração pública, patrimônio do Estado de Tocantins, e, com isso, a única que não é paga. Situada na cidade de Mateiros, no Parque Estadual do Jalapão, constitui parada obrigatória e imperdível.

As areias são douradas originadas pela erosão das rochas de arenito da Serra do Espírito Santo, desenhando grandes e pequenos morros, que, somados à vegetação rasteira na beirada das lagoas, compõem verdadeiros oásis. A paisagem do alto das dunas é de arrepiar.

Um dos nomes que se atribui ao Jalapão é “deserto”. Isso se deve à baixa densidade demográfica. De fato, percorríamos quilômetros sem avistar ninguém.

Há uma pequena trilha do estacionamento até a subida lateral pelas dunas. Não se pode escorregar no paredão, visando a preservar a formação rochosa.

O fim do dia costuma ser lá, para apreciar o pôr do sol. Fecha às 18:00 à visitação.

Cânion Sussuapara

Sussuapara significa “veado galheiro” em tupi guarani.

Localizado a 12 km de Ponte Alta. É pequeno se comparado ao Cânion Encantado, mas os paredões avermelhados e com musgos de 12 metros de altura, cobertos por vegetação, formam um belo cenário. A água é mais gelada, porque não bate muito sol, e as raízes das árvores expostas respingam no caminho.

Para chegar, há uma trilha de 200 metros de fácil acesso, com escada de madeira e grandes degraus. Não há necessidade de ir de sapatos aquáticos, nem de tênis.

Fervedouros

São fendas nos lençóis freáticos, fazendo com que a água seja jogada para a nascente com alta pressão, impedindo que as pessoas afundem e formando piscinas naturais. Eles podem ter uma profundidade gigantesca, como o de Macaúbas, com 120 metros.

Muitos se enganam ao achar que a água é quente e fervente. A temperatura é normal, nem fria, nem quente. É cristalina! Ao entrar no fervedouro, você pisa em uma areia bem fininha e branca. Conforme se aproxima do meio, começa a ter uma sensação engraçada. A água que brota da areia não permite que afunde, vai se abrindo e você caindo, como se fosse areia movediça. Uma britadeira no chão é a melhor definição. Quanto mais você se mexe, mais mergulha. No entanto, a pressão da água não deixa que afunde totalmente.

Há uma regra rígida para a visitação, com o objetivo de que sejam preservados e mantidos os fervedouros: é proibido o uso de protetor solar, repelente e creme de cabelo; e cada grupo, de no máximo dez pessoas, tem o limite de permanência de 15 minutos.

Na alta temporada e nos feriados, dizem que a espera pode chegar a até 3 horas. Nós fomos na época de chuva, porque era a única data disponível que tínhamos, então pegamos os fervedouros vazios. Visitamos três: o Macaúbas, Ceiça e Bela Vista.

O Macaúbas estava bonito, com a água cristalina, mas o Bela Vista, considerado mais encantador e de águas azuis, tinha sido invadido pela água do rio, impossibilitando a visitação, tornando-se lama pura.

Todos os fervedouros ficam em propriedades privadas. O primeiro aberto à visitação pública foi o do Ceiça, situado no Município de Mateiros. Até hoje, continua sendo um dos mais famosos e mais bonitos na região. Cercado por bananeiras verdes que compõem um cenário lindo.

O fervedouro Buritis tem forma de coração e é muito bonito, também. Há outros, não tão conhecidos, como o do Alecrim. O mais recente aberto ao público é o das Borboletas. Além desses, há o Buritizinho, em forma de gota; o do Rio do Sono; o Korubo, entre outros.

Os fervedouros mais bonitos, para mim, são: Bela Vista, Ceiça e Buritis.

Cachoeira da Formiga

Quando vi as fotos, me lembrei do verde esmeralda dos Lagos de Plitvice, na Croácia. Ao vivo, é ainda mais impressionante. A água é transparente e forma uma bela piscina, ótima para nadar, possui temperatura agradável, diferente da maioria das cachoeiras.

O chão é de areia calcária fina e branca. A queda d’água não é muito grande, permitindo que você vá até o meio, porque tem uma pedra para você se apoiar. Além disso, há um deck de madeira com escadinha e todo mundo tira foto.

Recomendo que leve snorkel para ver o fundo, porém não há necessidade de sapatos aquáticos.

O nome se deve ao Rio Formiga, que dá origem à cachoeira.

Localizada entre Mateiros e São Félix, em uma propriedade particular, possui uma pequena trilha de acesso fácil para chegar. O valor da entrada da é de R$ 20,00 por pessoa, mas está incluído no pacote da expedição. Ela costuma ficar cheia, porque é a mais bonita da região.

No nosso hotel, o Formiga Ecolodge, havia dois poços exclusivos, do Rio Formiga, para banho.

Cachoeiras do Escorrega Macaco e da Roncadeira

Localizadas em uma propriedade particular, em Taquaruçu, próximas a Palmas. A primeira cachoeira é apenas para contemplação, pois possui uma queda muito alta (50 metros) e o acesso é complicado.

Para chegar na Roncadeira, passamos obrigatoriamente pelo Escorrega Macaco. É uma trilha de uns 25 minutos, com distância de 1.500 metros. Estreita, com descidas escorregadias, mata fechada e muitos animais. O grupo viu uma cobra camuflada em um galho, mas eu olhei, olhei e não percebi. Então, é recomendável não encostar em nada e ficar atento. Os animais estão inseridos em seu habitat e dizem que não atacam ninguém.

A Roncadeira possui uma queda de 70 metros e forma uma piscina natural deliciosa para o banho. Muito bonita! Alguns fazem rapel; para isso é preciso que a empresa responsável esteja no local. Você deverá subir em uma trilha mais íngreme a que chegou. Quando fomos, havia uma grande fila e não fizemos.

Exige-se calçado fechado para percorrer a trilha.

Horário: 8:00 às 16:30. O valor é de R$ 8,00 por pessoa. Logo na entrada, há um bar onde vende deliciosas tapiocas e lembrancinhas de capim dourado.

Sempre bom lembrar que devemos prestigiar o turismo sustentável e seguir algumas regras básicas para preservação, como não levar comidas ou bebidas, não retirar elementos da natureza, não utilizar protetores solares, repelentes ou produtos químicos etc.

Cachoeira do Evilson

Localizada em uma propriedade particular, em Taquaruçu, próxima a Palmas, foi o nosso último ponto de parada na expedição Jalapão. Vale frisar que essa cidade não está dentro do Jalapão, no entanto faz parte da rota dos viajantes.
A sua queda é forte, com 25 metros de altura, encanta. Ao redor, há um grande paredão de pedras cobertas por musgos. A trilha é de 400 metros em uma descida estreita e escorregadia, mas vale a pena. Embaixo da cachoeira se forma um poço em que é possível tomar banho.

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