Joanesburgo

Roteiro de uma manhã em Joanesburgo

12 de fevereiro 2025
roteiro Joanesburgo

Joanesburgo é uma das cidades grandes, pontos de parada para quem vai fazer a África do Sul, logo uma boa oportunidade de fazer um stopover. Aproveitei o pouco tempo livre que tive entre um voo e outro antes de voltar ao Rio de Janeiro para conhecer brevemente a cidade.

Dois dias inteiros são suficientes para ver com calma os principais pontos desse destino. É um bom complemento para o roteiro ou uma pausa introdutória antes de se jogar na savana sul-africana ou nas belezas do litoral da Cidade do Cabo.

O que fazer em Joanesburgo em pouco tempo?

Joanesburgo tem laços muito fortes com a história do país e, durante o período do apartheid, foi foco de resistência e de muita luta pelo fim da marginalização. Podemos nos aprofundar nesse tema ao visitar um dos principais museus do mundo voltados para esse tema. O Apartheid Museum mostra como foi doloroso e cruel o período de segregação racial que tomou conta da África do Sul por décadas.

Logo, de cara, você percebe que a experiência será imersiva. O visitante recebe o seu ticket com a denominação “entrada para negros” e “entrada para brancos”. Depois do portão, várias carteiras de identidade. Não é possível fotografar lá dentro. De fato, a imersão é profunda, sem espaço para distrações.

roteiro Joanesburgo
Os visitantes já são separados logo na entrada

Além disso, o registro fotográfico não representaria o que o museu oferece. A intenção é de teletransporte para aquela época. Fomos os primeiros a entrar e a visitar as salas, então a imersão foi completa.

Vídeos, frases e histórias contam como foi a segregação. A cela solitária é uma representação da cela onde Mandela viveu por 27 anos em tamanho real. Não pude deixar de lembrar do museu de Anne Frank. A comparação com o holocausto é inevitável. Andei pelas salas com um nó na garganta e, por vezes, lágrimas escorriam.

O que mexeu muito comigo nessa viagem foi justamente a desigualdade. Não víamos muita pobreza, mas víamos trabalhadores sentados no meio fio esperando que o dia de trabalho chegasse.

Aliás, preciso dizer que as pessoas são extremamente educadas e preocupadas com o outro. Fomos recebidos maravilhosamente bem na África do Sul.

O museu do Apartheid foi reinaugurado em 2022 e funciona de quarta a domingo das 9h às 17h. Vale comprar o ingresso com hora marcada direto no site. A visita custa 160 rands para os adultos e pode ser acompanhada com um áudio-guia. Eles também oferecem passeios guiados por um profissional do próprio museu que mostra ainda mais os detalhes da história por um custo de 175 rands.

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Homenagens ao Mandela estão espalhadas por toda a cidade

Já no bairro do Soweto, o Museu Mandela’s House preserva a memória do Madiba. Lá, encontramos objetos e itens pessoais que marcaram o passado do ex-presidente. O Museu da Casa do Mandela fica aberto diariamente, com exceção dos feriados nacionais. Seu ingresso custa 180 rands (adulto) e pode ser comprado na bilheteria.

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Mandela’s House

Aproveite sua visita à antiga casa do Mandela para conhecer a região do Soweto. Esse distrito surgiu no começo do século XX quando as minas de ouro começaram a ser exploradas e seu nome significa South Western Townships.

Durante o Apartheid, quando o governo sul-africano decretou separar os brancos dos negros, o Soweto acabou abrigando os negros expulsos das suas casas que ficavam em território das pessoas brancas.

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Soweto

As antigas torres de energia Orlando Towers constituem um marco do Soweto. Depois de um processo de revitalização, elas viraram símbolos do grafite urbano e ponto de encontro para a prática de esportes radicais.

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Orlando Towers

Fechando esse combo de passeios históricos, o Constitution Hill ainda guarda retratos da prisão que abrigou ativistas pela paz como Mahatma Gandhi e Mandela.

A bilheteria do museu abre às 8h45 e fecha às 17h, sendo que a última entrada liberada é às 16h. O espaço também oferece um tour guiado com uma hora de duração que acontece sempre de hora em hora. O espaço fecha suas portas nos feriados nacionais.

Os ingressos podem variar conforme o tipo de bilhete escolhido. O tour guiado de uma hora custa 120 rands, a visita monitorada completa de duas horas sai por 180 rands Já o passeio autoguiada custa 100 rands.

Contrate um motorista, como fizemos. Além de ter um trânsito complicado e uma rede de transporte público limitada, não é recomendável fazer passeios por conta própria em Joanesburgo, pois algumas regiões são perigosas em termos de segurança. Nós, como turistas, não conseguimos definir. Então, recomendo um motorista.

Se você tiver um intervalo maior em Joanesburgo, também vale a pena dar um pulinho até a Praça Nelson Mandela e tirar uma selfie com a estátua do Mandela.

Ao redor da praça, também encontramos vários restaurantes e o maior shopping da cidade, cheio de marcas internacionais. O entorno da praça abriga diversos hotéis de grandes redes e costuma ser uma região procurada por brasileiros para se hospedar. Essa é minha sugestão para um roteiro de um dia completo na cidade.

roteiro Joanesburgo
Divercidade, respeito e reconciliação.

É seguro viajar para Joanesburgo?

Esse é um tema que sempre vem à tona quando pensamos numa viagem pela África do Sul. Aqui vale reforçar aquelas velhas recomendações que servem para qualquer grande centro urbano, seja ele nos Estados Unidos, na África ou na América Latina: um pouco de atenção não faz mal a ninguém. Não se preocupe, você vai notar que o clima se assemelha ao do centro de São Paulo, Buenos Aires ou Cidade do México.

Seguimos a orientação de evitar o celular nas ruas e fizemos o tour com um motorista que conhecia bem as regiões.

Vale a pena conhecer Joanesburgo?

Para quem gosta de cidades grandes, é um prato cheio. Além dos marcos históricos que preservam a memória de Nelson Mandela, Joanesburgo também viu surgir, nos últimos anos, polos criativos e gastronômicos diferentes e interessantes. O museu do Apartheid não pode faltar!

Certificado de vacinação contra a febre-amarela.

Não se esqueça de que a África do Sul pede que todos os visitantes apresentem o certificado internacional de vacinação contra a febre-amarela. Encontrar relatos de brasileiros que não conseguiram embarcar porque esqueceram de tomar a vacina e emitir o certificado é algo mais frequente do que imaginamos. Hoje, o remédio é de dose única e pode ser administrado em qualquer posto de saúde mais próximo, e o documento ainda é emitido online num processo muito simples. Não deixe para a última hora.

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